segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Palmela: Potencialidades sem rumo

As potencialidades do concelho de Palmela há muito que são conhecidas e têm sido aproveitadas pelos agentes exteriores ao próprio concelho. Desde há muito, que a centralidade do território e as suas belezas naturais atraem os forasteiros. A intervenção da câmara durante todos estes anos tem-se pautado por intervenções casuísticas, avulsas e sem consequência para o desenvolvimento do concelho. Nos primeiros anos que era necessário levar água e os esgotos a casa das pessoas a câmara trabalhou com esse princípio. Hoje contudo ainda abundam no concelho locais em que os esgotos e a água ou não chegam ou chegam em precárias condições. Depois é muito mais difícil perceber e distinguir o essencial do acessório, o urgente do premente, o imprescindível do atamancável

Palmela charneira na península de Setúbal, tem-se quedado sempre por patamares de empreendedorismo muito diminutos. Foram escassas as candidaturas aos quadros comunitários de apoio. Foram e são difíceis as relações com o poder central. Palmela vive em permanente conflito. Quem lucra, pensam eles, é o poder instituído que vence eleições sistematicamente mesmo que os candidatos nada tenham para oferecer. Colocam-se sistematicamente as populações contra o governo da nação, como se esse não tivesse também ele sido eleito. Assim encobre-se o que protelamos ano após ano no plano de actividades e nos propalados orçamentos participativos.

É neste limbo de alguma promiscuidade conceptual ideológica que se urdem as diferentes teias de interesses entre o poder político e o poder técnico na câmara municipal. Onde começa um poder e acaba outro, basta analisar o organograma da câmara municipal para se chegar a conclusões fantásticas.

Esta será sempre uma Palmela adiada fruto da escassez de perspectiva, de horizontes e de rasgo ,de uma autarquia cansada, doente e onde as palavras iniciativa e inovação há muito que saíram do léxico.

Palmela tem muito para oferecer. O importante é descobrir como se pode colocar isso ao serviço do território e das suas gentes. O desafio reside aqui!

José Carlos Matias de Sousa